09 março, 2011

NUTRIÇÃO E SUPORTE PSICOLÓGICO

O comportamento alimentar consiste no tipo de alimento que cada pessoa ingere e no modo como o faz, enquanto a nutrição tem relação com uma alimentação saudável e equilibrada. O comportamento alimentar deveria estar relacionado com os mecanismos de fome e saciedade, ou seja, a pessoa alimentar-se-ia somente quando tivesse fome. Porém, isso nem sempre ocorre, e na verdade existe uma série de fatores emocionais, como a ansiedade, o estresse, os estados de humor depressivos, entre outros. Um fator importante é o estado de carência afetiva, aumento de peso com o ganho secundário de atenção, que irão influenciar negativamente o comportamento alimentar do indivíduo.
Por vezes, a comida assume o papel de redução de ansiedade, em que a pessoa come mesmo que não tenha fome, como forma de aliviar esse estado emocional, obtendo assim uma fonte de prazer temporária. Se a ansiedade não for tratada, a pessoa vai continuar a utilizar esse mecanismo para obter uma satisfação imediata. Torna-se um ciclo vicioso, pois, por um lado, a pessoa quer ter uma alimentação saudável, por outro, é confrontada com esses acessos de gula.
Assim podemos dizer que é a razão de fatores psicológicos que muitas pessoas tentam seguir uma dieta, mas depois não conseguem cumpri-la durante muito tempo. Com a orientação nutricional, a pessoa sabe exatamente aquilo que deve ou não fazer, mas se sente incapaz de mantê-lo, e sente que "algo mais forte" a impede de prosseguir.
Muitas vezes assiste-se a um sucesso rápido, em que inicialmente a pessoa consegue perder peso, mas, com o passar do tempo, é freqüente que essa situação se inverta e a pessoa volte ao seu peso inicial ou ainda maior. Após sucessivas tentativas, há uma tendência a desistir, e a pessoa deixa de acreditar que algum dia conseguirá emagrecer.
Manter um peso saudável não pode ser encarado como um esforço ou um sacrifício enorme para toda a vida. Logo, se durante o tratamento nutricional e de reeducação alimentar, a pessoa tiver acompanhamento psicológico, as possibilidades de sucesso aumentam muito. Isto porque, no acompanhamento psicológico, são tratados diversos aspectos emocionais e comportamentais que atuam diretamente na relação que a pessoa desde sempre se habituou a estabelecer com a comida. O objetivo passa por permitir a alteração de comportamentos que conduzam a uma melhor qualidade de vida, que é essencial não só na perda de peso, como na sua manutenção ao longo da vida. O tratamento nutricional deve vir junto com o psicológico. A nutrição ensina, a saber, comer e a psicologia ensina, a saber, estar bem com a comida e consigo mesmo.”
Além disso, a psicologia ajuda a melhorar a auto-estima e a pessoa começa a perceber o que se passa com ela, quais os pensamentos e sentimentos na hora em que se alimenta. Isto ajuda a mudar os hábitos daninhos a saúde.
Revista Psique, grifo meu



Revista Ciência &Vida Psique N°30 “Obesidade: Transtornos Alimentares em Alta e Poucos Recursos Terapêuticos”


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