20 abril, 2011

Saúde e flexibilização

No século XX, muitos autores rejeitaram a defesa preconcebida de uma ou outra modalidade de interpretação do sofrimento e da dor do ser humano. Desta maneira, negaram os extremismos, tentando repetidamente fazer confluir idéias, teorias e metodologias com propostas, com intuições de notável interesse científico, filosófico e
biológico, dirigindo seu um olhar a integralidade da vivencia do homem.
Dentre estes autores podemos citar Wilhelm Reich, que buscou construir um sentido afetivo para as vivências do sujeito em toda sua plenitude, promovendo a flexibilização de sua forma de ser e estar no mundo.
No mundo contemporâneo o que se torna problemático é uma relação na qual se cinde o homem em mente/corpo roubando-lhe a compreensão da sua existência, categorizando e restringindo o seu viver. Ao enfocar apenas o corpo consegue-se encontrar suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Por outro lado, podemos privilegiar só a mente confinando o sujeito ao verbal, a mentalização.
A aventura da psicoterapia corporal é empreendida por aqueles que desejam descobrir continentes desconhecidos, desbravando novos horizontes de sua “mentecorpo”. Os indivíduos que fazem tal expedição fazem-no com a esperança de que suas descobertas
lhes permitirão a auto-expressão, o autoconhecimento, dando-lhes a vitalidade na aventura da vida de enfrentar melhor as tempestades e os infortúnios que cada um inevitavelmente conhece.
A psicoterapia corporal nos faz compreender o ser humano na sua integralidade quando
com suas profundas premissas, não apenas nos aponta a unidade inseparável do homem “mentecorpo” em todos os aspectos do viver, com conceitos inovadores como o de “Identidade Funcional” de Wilhelm Reich. Este autor define identidade funcional como basicamente a indissociabilidade do corpo e da mente, pois estes são equivalentes em sua função. Podemos compreender por este conceito a base da psicossomática que consegue unir tudo que a medicina separou para efeito de estudo.
Todo organismo pulsa, vibra, contudo ao mesmo tempo, precisa lidar com a história única e singular do sujeito inserido num mundo energeticamente constituído.
Ter consciência do próprio corpo na realidade é uma maneira de se autodescobrir flexibilizando o individuo para se ouvir, ver, sentir intensamente e a não desprezar seus sentimentos profundos.
Na psicoterapia corporal tratamos a pessoa por inteiro, levando em consideração sua história individual que não deve ser desprezada. Quantas vezes escutamos a pessoa se definir pela sua doença? Eu sou diabético, eu sou hipertenso. Na realidade, ao se descrever desta maneira, as pessoas estão internalizando estas doenças. Que tal mudarmos o sou por estou? Ao fazermos isto, nos damos a chance de mudar, porque a mudança precisa de flexibilidade, de um mergulho naquilo que nos define como pessoa, a nossa existência.
O ser humano deve ser visto levando em consideração o modelo holístico de saúde que engloba os aspectos biopsicossociais em todos os âmbitos de sua vida, incluindo os aspectos físicos, mentais, emocionais, energéticos e ambientais.
 Sentir, amar, pulsar, contrair e expandir, pertencer, ser e estar no mundo, existir. Estas são sem duvida a descrição de saúde no mundo atual.

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