Acredite que você pode mudar, se transformar e seguir
os seus mais profundos sonhos. Confie no seu projeto
de vida e persista, tudo é possível quando mantemos
o foco naquilo que desejamos.
Morre Lentamente
"Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se
da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes
de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre
que estar vivo exige um esforço muito maior que respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um
estágio esplêndido de felicidade."
27 abril, 2011
20 abril, 2011
Saúde e flexibilização
No século XX, muitos autores rejeitaram a defesa preconcebida de uma ou outra modalidade de interpretação do sofrimento e da dor do ser humano. Desta maneira, negaram os extremismos, tentando repetidamente fazer confluir idéias, teorias e metodologias com propostas, com intuições de notável interesse científico, filosófico e
biológico, dirigindo seu um olhar a integralidade da vivencia do homem.
Dentre estes autores podemos citar Wilhelm Reich, que buscou construir um sentido afetivo para as vivências do sujeito em toda sua plenitude, promovendo a flexibilização de sua forma de ser e estar no mundo.
No mundo contemporâneo o que se torna problemático é uma relação na qual se cinde o homem em mente/corpo roubando-lhe a compreensão da sua existência, categorizando e restringindo o seu viver. Ao enfocar apenas o corpo consegue-se encontrar suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Por outro lado, podemos privilegiar só a mente confinando o sujeito ao verbal, a mentalização.
A aventura da psicoterapia corporal é empreendida por aqueles que desejam descobrir continentes desconhecidos, desbravando novos horizontes de sua “mentecorpo”. Os indivíduos que fazem tal expedição fazem-no com a esperança de que suas descobertas
lhes permitirão a auto-expressão, o autoconhecimento, dando-lhes a vitalidade na aventura da vida de enfrentar melhor as tempestades e os infortúnios que cada um inevitavelmente conhece.
A psicoterapia corporal nos faz compreender o ser humano na sua integralidade quando
com suas profundas premissas, não apenas nos aponta a unidade inseparável do homem “mentecorpo” em todos os aspectos do viver, com conceitos inovadores como o de “Identidade Funcional” de Wilhelm Reich. Este autor define identidade funcional como basicamente a indissociabilidade do corpo e da mente, pois estes são equivalentes em sua função. Podemos compreender por este conceito a base da psicossomática que consegue unir tudo que a medicina separou para efeito de estudo.
Todo organismo pulsa, vibra, contudo ao mesmo tempo, precisa lidar com a história única e singular do sujeito inserido num mundo energeticamente constituído.
Ter consciência do próprio corpo na realidade é uma maneira de se autodescobrir flexibilizando o individuo para se ouvir, ver, sentir intensamente e a não desprezar seus sentimentos profundos.
Na psicoterapia corporal tratamos a pessoa por inteiro, levando em consideração sua história individual que não deve ser desprezada. Quantas vezes escutamos a pessoa se definir pela sua doença? Eu sou diabético, eu sou hipertenso. Na realidade, ao se descrever desta maneira, as pessoas estão internalizando estas doenças. Que tal mudarmos o sou por estou? Ao fazermos isto, nos damos a chance de mudar, porque a mudança precisa de flexibilidade, de um mergulho naquilo que nos define como pessoa, a nossa existência.
O ser humano deve ser visto levando em consideração o modelo holístico de saúde que engloba os aspectos biopsicossociais em todos os âmbitos de sua vida, incluindo os aspectos físicos, mentais, emocionais, energéticos e ambientais.
Sentir, amar, pulsar, contrair e expandir, pertencer, ser e estar no mundo, existir. Estas são sem duvida a descrição de saúde no mundo atual.
19 abril, 2011
Respiração e vitalidade
A função respiratória faz parte da história de vida do ser humano e de sua troca com o mundo. Ao longo do desenvolvimento a respiração é vivenciada corporalmente e emocionalmente a partir da integração das dimensões biológica, cultural e pessoal do individuo.
Wilhelm Reich, por volta de 1935, percebeu pela primeira vez que as perturbações respiratórias se manifestavam de diversas formas em seus pacientes. Eram posturas deliberadamente cultivadas em algumas formas de treinos militares, onde se mantém o peito elevado e o abdômen encolhido restringindo a expiração. Desta maneira, estes indivíduos permaneciam no controle de suas emoções.
A partir deste momento, Reich percebeu que a contenção respiratória fazia parte dos mecanismos de defesa do paciente. Sua linha de pesquisa, então, passou a focar a atenção não apenas no conteúdo de seu discurso, mas como estes se expressavam corporalmente, a forma de olhar, a postura, as atitudes, o gestual e expressões faciais.
Este autor desenvolveu diferentes métodos para intervir ativamente sobre o corpo do paciente por meio de massagem, da proposição de amplos movimentos respiratórios, diversos movimentos oculares, dentre outros.
Ao intervir diretamente no corpo, Reich descobriu que a dissolução de espasmos musculares crônicos, assim como, a flexibilização da atitude de contenção respiratória gerava ab-reações emocionais espontâneas, respostas vegetativas e o afloramento de memórias reprimidas.
Segundo Boadella (1985), ao se observar crianças e animais saudáveis respirando é possível verificarmos que a respiração natural envolve mobilidade total no peito e abdômen num movimento ondulante de todo o tronco.
A respiração também está relacionada ao toque, ao contato da pele, por isto a massagem reichiana deve ser utilizada para liberar a contenção muscular permitindo a pessoa expressar suas emoções facilitando desta maneira a movimentação da energia vital.
De acordo com Montagu (1986), o que pode demonstrar a importância da respiração é que existe uma alta incidência de asma em pessoas que, no início de sua infância, foram privadas pela separação do convívio com sua mãe, do contato corporal. Para este autor por os braços em torno de um asmático pode interromper a crise de asma.
Margaret Ribble nos diz da importância da experiência tátil para a respiração logo no início da vida:
A respiração, que é caracteristicamente superficial, instável e inadequada nas primeiras semanas de vida após o parto, é definitivamente estimulada de modo reflexo pela sucção e pelo contato físico com a mãe. Os bebês que não são suficientemente carregados no colo, e em particular se foram bebê de mamadeira, além de perturbações da respiração ainda desenvolvem distúrbios gastrointestinais com grande freqüência. Tornam-se engolidores de ar e sofrem do que popularmente se chamam cólicas [...] Deste modo, o toque da mãe tem uma definitiva implicação biológica para a regularização da respiração e da função nutritiva da criança. (RIBBLE abud MONTAGU, 1986, p.115)
Durante a respiração o corpo mantém um suprimento energético adequado. A atividade psicomotora - trabalho, habilidade para as reações emocionais e atividade sexual- é uma maneira de liberar energia por parte do indivíduo. A fadiga física e mental, falta de sono ou excessiva atividade sexual esvaziam as reservas energéticas do organismo. Isto ocorre porque a energia vital deriva de reações de oxidação, cujo passo final é o acoplamento de elétrons de oxigênio, o que denota a importância do oxigênio no processo vital demonstrando a relação direta da função respiratória com a energia e os estados emocionais.
O motivo mais importante para uma respiração reduzida é a necessidade de eliminar tanto sensações corporais como emocionais desagradáveis. Entretanto, quando o indivíduo respira desta forma está também reduzindo sua energia vital podendo vir a adoecer.
Na terapia reichiana a respiração é um dos aspectos para o diagnóstico e tratamento das doenças ditas contemporâneas como: depressão, ansiedade, pânico e fobias.
Precisamos voltar o nosso olhar para o corpo como possibilidade de expressão e saúde. A vida é movimento, contato, respiração, energia e flexibilização.
Bibliografia:
BODELLA, David – Nos caminhos de reich, São Paulo. Summus, 1985
MONTAGU, Asheley – Tocar : O significado da pele, São Paulo: Summus, 1986
Rosângela F. Adaime
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